[Resenha] O Misterioso Conde de Rothesay

by - junho 25, 2018

O Misterioso Conde de Rothesay
Autora: Roxane Norris
Publicação: Qualis Editora

"- O fato é que, não posso me casar com quem não conheço... E, sinceramente, cuja idade emparelha com a de minha filha.
- Disse não a sua mãe? - Irina mostrou-se perplexa com a atitude do conde.
- Em parte... - Escolheu as palavas e pegou um cálice para si mesmo. - Srta. Reims é certo que não acatei a escolha de minha mãe, seria absurdo. Contudo ela não desistiria fácil de seu propósito, então preciso estar com minha noiva, em menos de um mês, diante dela em Castleblack ou o futuro de Clare estará perdido.
[...]
- Srta. Reims... - Os olhos verdes dela o encararam - Quero que se case comigo.
O cálice da mão da jovem espatifou-se no chão."

Bem romântico não? (só que não mesmo). O livro é o primeiro da trilogia das irmãs Reims e nos trás a prática Irina como a mocinha da narrativa. Sendo a mais velha das três irmãs, Irina sempre se sentiu responsável por tudo, como se tivesse a obrigação de ajudar e cuidar de todos, principalmente por ser educada dentro do presbitério do seu pai. 

Contudo, Lady Charlote - a Duquesa a quem pertence as terras em que a família de Irina mora - sempre teve um carinho especial pelas 3 irmãs, e na falta de filhos, acabou por adota-las como se fossem suas filhas, já que infelizmente a mãe das meninas acabou falecendo muito cedo. Assim sendo, nunca faltou a nenhuma das três boa educação e noções de como se portarem corretamente perante a sociedade, mesmo que nenhuma delas tivesse a real oportunidade de debutar e se tornarem boas pretendentes a casamento na temporada Londrina.

Tudo tem início com uma carta. Em uma das visitas de Irina a Lady Charlote, uma misteriosa carta é recepcionada pela Duquesa, nela um pedido: O Conde de Rothesay pede desesperadamente a prima, que a mesma o ajude com uma preceptora, já que Clarie, sua filha de 14 anos está prestes a debutar e nunca recebeu nenhum tipo de ensinamento a qual todas as moças precisam. Um pedido comum, certo? Errado. Pois fazem exatos 14 anos que Thomas, o Conde de Rothesay se encontra isolado em suas terras na Ilha de Bute (Escócia) e cortou ligações com toda a família. O motivo: Seu rápido e estranho casamento com uma jovem pobre da região, que aparentemente estava grávida. Por ter sido concebia fora de um casamento convencional, Clarie, um bebê na época, foi rejeitada pela família e considerada uma criança bastarda, mesmo o conde posteriormente se casando com a mãe da criança. Infelizmente a nova condessa de Rothesay não sobreviveu por muito tempo, e a verdade sobre o casamento, foi guardado debaixo de 7 chaves.Comovida com a história de um pai protegendo sua filha, Irina sente que está ao seu alcance ajudar aquela família, assim pede a Duquesa que a envie para Bute como preceptora da jovem Clarie. 

A história tem tudo pra ser o típico romance de época comum, mas se tratando de um livro da Roxane, tudo pode acontecer. Essa com certeza é a leitura mais dramática que fiz da autora. Nada é convencional, nada é esperado... O vilão talvez não seja tão vilão assim, e os inocentes, podem esconder desejos obscuros. A trama vai sendo tecida nos detalhes, e quando a gente menos percebe, temos um cenário completo e novo na nossa frente. Essa é uma arte que só a Roxane Norris é capaz de fazer. 
Gente, eu chorei nesse livro! Sério, chorei. E olha que chorar não é coisa fácil pra mim, mas me vi tão envolvida com a história dos dois, que quando me dei conta... Lá estavam as lágrimas. Apesar de ser um livro com aventura intensa e momentos mais dramáticos, eu li tudo em 1 único dia, já que o enredo não passa das 200 páginas. Os dois formam aquele tipo de casal que estão sempre entre tapas e beijos até entenderem que são melhores juntos do que separados, então basta ter um pouco de paciência no início, que a narrativa vai começar a te mostrar o que tem por trás de cada pensamento. O elemento de narrativas através de diários também dá uma quebrada na uniformidade da escrita, trazendo pra gente detalhes que não foram contados pelos personagens. Sem falar da diagramação belíssima que a editora fez.

Um relacionamento que tinha tudo pra dar errado, se mostra verdadeiro. Esses dois vão te provar até onde as pessoas são capazes de ir em nome do amor.

"- Rogo-lhe que termine com isso para o bem de nós dois.
- De nós dois? Tem certeza?
Encarou-a em castanhos escuros.
- Eu lhe darei meu nome, minha casa... - E, de repente, não soube mais o que prometer. Fitou-a aturdido.
- O que mais me dará, milorde? - Soou mordaz - Já tenho um nome e uma casa... Pode não lhe parecer tão bons quanto os seus, mas garanto-lhe  que atendem minhas necessidades.
- Eu... - Irina o fitava altiva.
- Vamos, Thomas. Estou esperando ...- Sussurrou seu nome de batismo. A boca rosada crispando levemente... Ah, maldita mulher! Sabia que não seria fácil tê-la."

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