Como eu era antes de você
Autora: Jojo Moyes
Publicação: Intrínseca

Simmm, Eu voltei POVO!!
E dessa vez tenho um livro muito, mas muito bom pra compartilhar com vocês.
Imagino que todos já tenham ouvido falar do livro Como eu era antes de você, eu mesma já conhecia a um tempo e re-li recentemente quando comprei a edição física do livro que aqui entre nós, tem uma das capas mais bonitas da minha estante com certeza.
O enredo em si é muito emocionante e aborda diversos assuntos que eu só parei pra pensar nessa minha ultima leitura. O livro se passa em 6 meses e nos conta a história de Louise Clark (Lou) e Will Traynor, pessoas que provavelmente nunca teriam cruzado seus caminhos se um acidente terrível não tivesse deixado Will tetraplégico, condenado a uma cadeira de rodas e sem qualquer perspectiva de recuperação.
Logo no início do livro, somos convidados a dar uma pequena espiada na rotina de Will no ano de 2007, pouco antes do acidente e percebemos que além de ser uma pessoa extremamente compulsiva com o trabalho, cada segundo disponível era aproveitado com viagens e a prática de todo tipo de esporte radical, linhas depois tudo é interrompido por um trágico acidente de moto.

"Ele se vira e, nesse milésimo de segundo, percebe que a coisa vem em sua direção, que não há como sair da frente. Surpreso, abre a mão e o BlackBerry cai no chão. Ouve um grito que talvez seja seu. A última coisa que vê é uma luva de couro, um rosto dentro do capacete, o choque nos olhos do homem refletindo o dele próprio. Há uma explosão quando tudo se parte em pedaços. E então não há nada." 
(Página 10)


Dois anos depois somos apresentados a Louise ou Lou como prefere ser chamada, uma jovem de 27 anos, inteligente porém totalmente conformada com sua vida numa cidade pequena. O café em que trabalha acaba de fechar e ela precisa conseguir urgentemente um novo emprego, pois é uma das principais provedoras da casa e o emprego de seu pai encontra-se totalmente ameaçado. Lou namora a 7 anos com Patrick e nos últimos anos vem percebendo que a relação não é nada daquilo que ela imaginou, mas conformada com a rotina diária ela prefere fechar os olhos para qualquer coisa que incomode.

Os caminhos se cruzam quando Lou começa a trabalhar na casa de Will como cuidadora assistente e os dois começam a ter uma rotina juntos. No início a indiferença e as implicâncias de Will nos fazem ter toda raiva possível, principalmente porque a Lou é uma personagem divertidíssima e é super desleal o tratamento que ela recebe todas as vezes que tenta fazer algo que o deixe mais confortável, porém, com a leitura do livro vamos entendendo os motivos que levam Will a se comportar dessa forma, como ele se sente preso e impotente numa cadeira de rodas sabendo que tudo o que ele fazia agora é impossível e como muitas vezes ele se sente um pouco minimizado por depender totalmente de outra pessoa. O enredo tem várias reviravoltas e vamos descobrindo a cada página os segredos e medos de cada um, fazendo com que verdadeiramente nos apaixonemos pela história.

A narrativa é muito fácil e tranquila, onde temos o Prólogo na 3° pessoa e pequenos trechos na visão de outros personagens, como a mãe do Will, o pai e o enfermeiro Nathan, no entanto, a maior parte da história é narrada pela Lou, onde podemos entender seus pensamentos e medos, mas não conseguimos saber o que se passa verdadeiramente na cabeça do Will, apenas temos pequenas impressões ou sabemos através das próprias conversas dele com os demais personagens. O livro em si possui dois núcleos familiares, o primeiro é a casa do Will onde ele mora no anexo da mansão dos pais, conflitos familiares ali não faltam, apesar de todo dinheiro que possuem, sua família não pode comprar o que mais querem, a saúde do filho de volta. O segundo núcleo é a casa da Lou que é uma bagunça em si e que apesar dos problemas usuais que toda família tem, o ambiente é muito engraçado e me fez sentir em casa. A Lou mora com os pais, o avó, a irmã e um sobrinho pequeno numa casa pequena que não acomoda todas as necessidades, mas a Jojo deixa o ambiente tão leve e os pais dela são tão bem humorados, que não tem como não se surpreender com gargalhadas durante a leitura.

"- Jesus Cristo - Exclamou meu pai. - Dá pra imaginar? Como se já não fosse castigo suficiente ficar numa cadeira de rodas enferrujada, você ainda tem como acompanhante a nossa Lou.
- Bernard! - minha mãe repreendeu.
Atrás de mim, vovô ria com a caneca de chá encostada na boca."
(Página 21)

Só posso dizer que a leitura vale muito apena, e que você vai se surpreender com o início, o meio e o final da história. O livro aborda temas profundos, que com certeza te farão pensar ao menos um pouco no que estamos fazendo com a nossa vida. Apesar de abordar algumas coisas bem pesadas, a autora soube dosar bem os assuntos e os momentos em que são abordados, sem falar que a Lou por si só é uma figura, eu mesma dei várias gargalhadas com alguns pensamentos dela nas horas mais inapropriadas.

"Sempre achei que as reuniões quinzenais dos Tratores do Triatlo de Hailsbury deviam ser o pesadelo do dono do pub. Só eu estava consumindo bebida alcoólica e meu solitário pacote de salgadinhos estava amassado e vazio na mesa. Todos bebericavam água mineral ou conferiam a quantidade de adoçante de suas Diet Cokes (...) Eu não podia dizer que gostava dos Tratores do Triatlo mas, com minhas horas a mais de trabalho e os horários dos treinos de Patrick, aquela era uma das raras oportunidades em que conseguíamos nos ver. Ele sentou-se ao meu lado, vestindo short sobre as coxas musculosas apesar do frio intenso lá fora. Era uma questão de honra que os sócios do clube usassem o mínimo possível de roupa. Os homens eram magros e sarados, ostentavam camadas sobrepostas de roupas esportivas obscuras e caras, que garantiam propriedades extras de "palitice" ou de peso corporal mais leve que o ar. Eles tinham nomes como Scud e Trig e alongavam uns aos outros, mostrando machucados ou alegando crescimento muscular. As garotas não usavam maquiagem e tinham a bendita aparência  de quem não pensa em mais nada que não seja praticar Jogging por quilômetros em condições glaciais. Olhavam para mim com uma leve repugnância (ou talvez até mesmo com incompreensão), certamente tentando calcular minha massa gorda e minha massa magra e considerando que a proporção estava abaixo das expectativas."
(Página 52)

"Arrumei-me no banheiro, calcei as meias nas minhas pernas recém-depiladas, me maquiei, depois tirei tudo, temendo que os anfitriões chiques achassem que eu parecia uma garota de programa."
(Página 224)

Esse livro MARAVIBELO está sendo adaptado para virar filme, rumores diziam que ele iria estrear ainda esse ano (2015), mas até o momento em que escrevo ele está sem previsão para lançamento. A única coisa que posso confirmar pra vocês é que os atores principais já estão escolhidos, a Emilia Clarke interpretará nossa amada Lou e o San Claflin o Will. Não posso dizer se gostei ou não da escolha dos atores porque não sei de que forma eles vão querer adaptar o filme e apesar de admirar muito o trabalho do San desde Jogos Vorazes, eu imaginava o Will um pouco mais velho. E vocês? O que estão achando disso tudo?