[Resenha] Orgulho e Paixão

by - fevereiro 18, 2019

Orgulho e Paixão
Autora: Nora Roberts
Publicação: Harlequin
Tradução: Daniela Rigon

"- Um escocês pode ser teimoso - Comentou ele quando parou ao lado de Shelby.
- E eu sou uma Campbell. Quem saberia melhor? - Shelby abriu a porta um pouco mais.
- Então nós dois sabemos com o que estamos lidando. - Ele a segurou pelo queixo enquanto lhe deu um último beijo que deixou uma sensação de ameaça. - Até a próxima.
Shelby fechou a porta e ficou encostada contra ela por um instante. Alan seria um problema, ela se deu conta. Alan MacGregor seria um problema muito sério."


Alan MacGregor é o irmão mais velho do clã, apesar de ter se formado em direito,a política em geral, a junção das leis sendo aprovadas e sendo postas em prática, sempre foi o que mais chamou a atenção, por isso não foi surpresa para a família, quando Alan foi eleito senador de Massachusetts. Mesmo sendo o mais velho, Alan nunca teve pressa nenhuma em casar, mesmo sendo pressionado pelo partido e pelos eleitores a formar uma família tradicional e ganhar notoriedade política. Para ele, um casamento deve ser baseado em algo mais sólido: Em amor. ele foi criado por pais que se amam, e não deseja nada menor do que isso. Apesar de toda a pressão, ele precisa comparecer a festas e coquetéis do meio político, não só para ganhar amizade e confiança dos oponentes, mas também para fazer campanha dos seus projetos. E é num desses jantares de gala, que ele vê a moça de cabelos vermelhos, a mulher que se destaca no meio da multidão, e ali ele tem certeza, algo vai acontecer.

Shelby Campbell está satisfeita com sua vida. Ela ama viver em Whashington, a mistura das pessoas, de gêneros, de como a cidade está sempre mudando. Foi criada lá e não se vê morando em outro lugar, apesar de detestar o meio político. O pai de Shelby foi senador, concorreu a presidência, e morreu durante a campanha com uma bala no peito, então pra Shelby ,a política matou seu pai. Apesar da dor do passado, ela considera que está bem, que superou tudo, tanto que hoje em dia trabalha com o que mais fazer: vasos, urnas, e objetos de cerâmica. Sua loja é um sucesso entre os mais ricos, e assim ela se mantém bem, com sua paz, no seu caos particular. Relacionamentos são superestimados demais, então ela está muito bem sozinha. Pode até se interessar e sair com alguém, desde que não quebre sua única regra para envolvimentos: Ele não pode ser do meio político. Mesmo sendo obrigada a comparecer em uma festa ali ou outra aqui, ela sabe no fundo que o mundo dos poderosos é um lugar que ela nunca vai conseguir se encaixar.

É lógico que esses dois se interessam logo de cara, e sabemos que um clima rola sim... até o momento em que eles descobrem seus sobrenomes, e o flerte vira piada, já que os Campbells e os MacGregors são inimigos declarados desde os primórdios escoceses. Mas quando Selby se dá conta que Alan não é apenas um advogado, e sim o senador Alan, ela foge dele como o diabo foge da cruz. Afinal, Alan não é um senador qualquer, ela sabe que o partido está contando o nome dele para as próximas eleições, e se envolver com um cara do tipo dele, está no topo do que ela não deseja fazer. Mas Alan tem instintos, ele sabe que tem algo por trás da moça de cabelos vermelhos. Um título não vai separa-los, um único título não o resume. Ele é um MacGregor, e um MacGregor não desiste sem ao menos lutar.

Confesso que durante o livro passei umas raivinhas sim. O Alan é cavalheiro, faz sempre tudo pra agradar e impressionar a Shelby, e mesmo tentada, ela nunca quer ceder nenhum milimetro sobre a postura que ela se impôs, teimosa como qualquer escocês. Fica na cara que eles se completam e são o tipo de casal perfeito juntos. Algumas vezes fiquei tão frustrada, que se eu fosse o Alan, desistiria ali mesmo kkk, mas no final é um casal que valeu a pena revisitar. 
É interessante como as releituras tem esse poder na gente, de fazer enxergarmos coisas que não vimos da primeira vez e até discordarmos de algumas atitudes que antes achávamos bem coerentes. Ao fim, foi uma leitura agradável. Continuo acompanhando a família sim, e perdoando algumas decisões da Nora Roberts durante o enredo. Acredito que cada personagem tem sua característica e também é fruto do meio em que viveu, portanto erra como a gente, e as vezes toma uma atitude meio incoerente também. Mas o casal é muito fofo, e como já sei o que a narrativa trás pro futuro desses dois, eu me senti muito feliz em acompanhar novamente o início da história deles. É o típico relacionamento gato e rato que é clichê, mas que a gente ama acompanhar e torcer pra dar tudo certo.

"Shelby se encaixava em seus braços à noite como nenhuma mulher jamais fizera, ou faria. Alan precisava dela em sua vida tanto quanto precisava de comida, água e ar."


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